POR THIAGO DANTAS
A complexidade pela qual a sociedade cada vez mais se torna, constrói a seu favor ou contra grupos de pessoas que emitem certas opiniões, sendo que estas na medida do tempo passam por uma seleção que procura ratificar o mais provável para o desenvolvimento de todos. Essa escolha de discursos, claro, perfaz um emaranhado de detalhes no qual o fim é aquilo mais procurado: o poder. Pois, a busca incessante de controle move de maneira incessante cada uma das pessoas tanto na micro quanto na macropolítica e assim a fala de cada de um é reavaliada pelo grau de poder que ela emane.
O mais interessante é que na nossa época contemporânea se abriu uma procura de preencher todos os campos sociais, não porque há uma ausência, ou seja, carente de poder, e sim ao contrário, requer o poder porque este já o tem e almeja uma elevação. Essa modo de proceder está bem explicado no comentário de Heidegger sobre o pensamento de Nietzsche, que de acordo com ele pode ser denominado de a filosofia da vontade de poder. Heidegger cita no ensaio “A Sentença de Nietzsche: Deus está morto”:

Uma forma interessante de exemplificar isso concerne em imaginarmos duas células onde uma mais fraca, quase morta, sofre fagocitose por outra mais saudável e isto não a mata, pois fortalece a ambas já que o âmbito de poder se elevou, ocorrendo uma ampliação de suas potencialidades. Ainda mais, porque Nietzsche na explicação dessa sua “doutrina” indica que não é somente o ser vivo que almeja vontade de poder, e sim todo o seu corpo, suas células, querem o querer, visto que toda a vontade é repleta de poder e todo o poder se movimenta na vontade. Nesse caminho, Nietzsche em Além do Bem e do Mal escreve que “em nós repousa várias almas”.

Entretanto, após essa quebra da identidade o século XX compareceu proeminente como o “século das revoluções” e vimos lutas de diversos tipos: mulheres, negros, proletários, índios, colônias independentes, etc. Sendo que na virada e entrada do século XXI, deparamos com a força de outro setor colocado à margem: os homossexuais.
No Brasil, particularmente, o campo de atuação se tornou cada vez mais forte, inclusive a parada gay em São Paulo atraiu e atrai enorme número de participantes, gerando receita à capital e aos poucos conseguiram leis que garantiram o benefício para qualquer cidadão, por exemplo, o casamento civil. Provocando a ira da ala mais conservadora, não somente porque ganhou um benefício, mas porque aquele padrão idealizado pelo ocidente se mostra cada vez mais insensato e repleto de vazio de significado. Em decorrência disso, uma ação reacionária chega ao absurdo de proclamar o “orgulho hétero”, uma mera tentativa de se fazer vítima de algo que foi durante muito tempo ridicularizado pelos setores sociais. Se lermos o escrito até aqui, chegamos a correspondência do que aqui e sempre está em jogo é o poder. Esses que proclamam o “orgulho hétero” percebem que diante da crise da identidade daquele âmbito pelo qual se podia reclamar alguma coisa já não persiste força alguma, pois o prevalecimento concerne, desde o século passado, à diferença.
No Brasil, particularmente, o campo de atuação se tornou cada vez mais forte, inclusive a parada gay em São Paulo atraiu e atrai enorme número de participantes, gerando receita à capital e aos poucos conseguiram leis que garantiram o benefício para qualquer cidadão, por exemplo, o casamento civil. Provocando a ira da ala mais conservadora, não somente porque ganhou um benefício, mas porque aquele padrão idealizado pelo ocidente se mostra cada vez mais insensato e repleto de vazio de significado. Em decorrência disso, uma ação reacionária chega ao absurdo de proclamar o “orgulho hétero”, uma mera tentativa de se fazer vítima de algo que foi durante muito tempo ridicularizado pelos setores sociais. Se lermos o escrito até aqui, chegamos a correspondência do que aqui e sempre está em jogo é o poder. Esses que proclamam o “orgulho hétero” percebem que diante da crise da identidade daquele âmbito pelo qual se podia reclamar alguma coisa já não persiste força alguma, pois o prevalecimento concerne, desde o século passado, à diferença.

Enquanto, na verdade, o que acontece é afirmação dos campos fora daquele padrão, não que tem de ter um assumir por completo o outro, mas que o outro seja afirmado naquilo que ele é e não no que ele “deve ser”. Não há uma moralidade formalista na qual inserimos a pessoa, a moral se dá agora na correspondência de um ao outro, no nosso mero cotidiano. O contexto torna-se o referencial.
Assim, é desnecessário alguém proclamar que tem orgulho de ser hétero, porque a priori todo mundo é… da mesma forma, sair por aí com na camisa estampado 100% branco é inválido, pois, a etnia branca está no setor padrão da sociedade e com isso a reivindicação por uma auto-aceitação deve vir é de outras etnias, porque elas precisam a todo momento se afirmar, já que seus feitos de sucessos são examinados com suspeita. Sem falar no campo religioso, que diante do sincretismo, agora aparenta que a defesa é perguntar se o indivíduo acredita em deus, não importando a sua religião. Quando na verdade, como Deleuze escreveu, as pessoas que perguntam isso não querem saber sua resposta a isso realmente, e sim se segue ou não a moral da dita sociedade. Portanto, há em cada discurso uma fonte de poder que procura suplantar as demais e nesse caminho só vai se tornar cada vez mais propício uma relação entre ambos quando o pensamento conseguir visar não a identidade, mas a diferença e nisso, deixar espaço para os discursos tanto na sua maioridade quanto na sua minoridade.
HEIDEGGER, Martin. A Palavra de Nietzsche: “Deus está morto”. Trad. Marcos Antônio Casanova. Natureza Humana. Vol. 5(2): 471-526. jul-dez. 2003: São Paulo.
Fonte: www.filosofiadodesing.wordepress.com
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