Engana-se aquele que
pensa que “piriguete” é apenas mais um sinônimo do comportamento, digamos,
afetado e vulgar de uma mulher. A começar pelo termo “mulher” que, no caso em
questão, hoje, é utilizado apenas para adolescentes numa larga faixa etária,
que varia de 12 até 20 e poucos anos.
Há
toda uma infraestrutura para ser considerada uma fiel adepta desse clube social
e tão popular. Poderíamos começar com os famosos e indispensáveis fatores
bio-psico-sociais, ou seja, a atuação do biológico, hormônios, necessidades
básicas..., bem como sobre o psicológico, que traz os sentimentos, o vazio,
necessidade de aparecer...e também o valor do papel na sociedade, a exposição...mas prefiro hoje ser mais
direta, menos fleuma e mais ampla.
O
que é ser “piriguete”, afinal? Não, não é a simples resposta que todos pensam e
que fica traduzida num simples e rápido olhar para uma menina de vestido
curtíssimo e justíssimo, com maquiagem exótica e uma malemolência que faz
acender fortes chamas nos hormônios masculinos em devaneios e fantasias de
fazer até o Papa babar.
Muito além disso é o significado, a mensagem que a
imagem expõe, o custo-benefício de todo um esquema estudado (em muitas
revistas, novelas, bailes e conversas) e, não menos importante, a beleza, ou
tentativa desta, para que a performance seja notada (notada mesmo).
Ser
“piriguete” é ter e não ser. É, antes de tudo, ter que apelar
para artifícios, empobrecidos em geral. É ter uma insistente necessidade de
buscar algo que, de cara limpa e chinelinho, não consegue. É preparar um visual
convidativo e atraente para se convencer e também convencer aos interassados
que vale a pena o investimento da pegada, quando na verdade, seu valor é
inestimável e infinito, dispensando totalmente as camadas de cores e brilhos.
O
termo em si já denota que alguém está “a perigo”, uma gíria que virou moda
traduzindo a necessidade de apelação. Apelação essa que, não precisamos de
lente de aumento para perceber que “piriguetes” não são as meninas que vão ao
baile ou andam pelos dias e noites, mas antes, muito antes delas nascerem, são,
do verbo ser e não do verbo estar, os malandros que montam personagens e fatos,
iludem aos menos informados, disfarçam erros plásticos com maquiagem vagabunda
e de caso pensado, forjam pessoas e situações, numa tentativa de vender imagens
tão falsas quanto a de que a natureza é que atrapalha o desenvolvimento de uma
cidade. É fingir, enganar, burlar, debochar, no único intuito de ganhar de
forma monetária, de ego, de fama e poder. É fazer vergonha a uma sociedade,
violentando-a da forma mais grosseira e estúpida que puder.
Meninas
só querem amor e paixão, os outros...uma conta bancária bem gorda, com
investidores otários, impulsionados pelo canto desafinado das falsas sereias.
Afinal,
quem é realmente “piriguete”?
Atendimento psicológico na Clínica Gênesis em Cabo Frio.
Telefone para marcar consulta: 22 2643-6366
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