sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

                                        DEPRESSÃO


Considerada o "mal do século" pela Organização Mundial da Saúde, a depressão ainda é um desafio para médicos e pacientes. Conheça seus detalhes:

depressão é caracterizada pela perda ou diminuição de interesse e prazer pela vida, gerando angústia e prostração, algumas vezes sem um motivo evidente. Michael Phelps, por exemplo, revelou sofrer demais com o problema após as Olimpíadas de 2012, quando ganhou seis de suas 28 medalhas olímpicas. Hoje, a depressão é considerada a quarta principal causa de incapacitação, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Esse transtorno psiquiátrico atinge pessoas de qualquer idade — embora seja mais frequente entre mulheres — e exige avaliação e tratamento com um profissional. O desânimo sem fim é fruto de desequilíbrios na bioquímica cerebral, como a diminuição na oferta de neurotransmissores como a serotonina, ligada à sensação de bem-estar.
Hoje se sabe que a depressão não promove apenas uma sensação de infelicidade crônica, mas incita alterações fisiológicas, como baixas no sistema imune e o aumento de processos inflamatórios. Por essas e outras, já figura como um fator de risco para condições como as doenças cardiovasculares.
A depressão, um tema antigo, mas também atual e que ganhou um destaque muito grande nas últimas décadas na saúde global.
Tema considerado no passado como um estado de melancolia intratável, mas que hoje conhecida como uma patologia que recebe abordagens científicas e pode ser tratada como qualquer outro tipo de doença.
É considerada uma doença mental, catalogada na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) e no Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM).
A palavra depressão, origina-se do latim deprimere, que significa “pressionar para baixo”. Pode ser traduzida como um estado de abatimento e tristeza transitório ou permanente.
Considera-se a depressão como um conjunto de sintomas que podem gerar sérias implicações nas relações pessoais, no trabalho, no tratamento de várias doenças, na ingestão de drogas e álcool e em alguns casos no risco de suicídio.
Apesar de acometer pessoas de todas as idades, é uma doença que chama a atenção pelo aumento de ocorrência entre os indivíduos jovens de idade em plena atividade profissional, que muitas vezes se afastam ou são demitidos por não apresentar a produtividade das atividades laborais de antes.
O sofrimento, o desânimo, a introversão, a preocupação, a dependência, a sensibilidade excessiva e a incapacidade social e profissional são algumas das características de personalidades depressivas.
 Depressão, sob o olhar da Organização Mundial da Saúde
Segundo a OMS a depressão: 

  • Tem como definição,  transtorno mental, caracterizado por tristeza profunda, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite.
  • É uma patologia conhecida como “o grande mal do século”, pode ser classificada como  um grande problema de saúde pública.
  • Está entre as quatro doenças mais onerosas, devido as consequências que ela causa aos indivíduos, podendo ganhar o segundo lugar até 2020.
  • Tem como estimativa afetar 350 milhões de pessoa globalmente.
  • Pode atingir pessoas de todas as idades e em qualquer etapa da vida.
  • Não escolhe etnia nem tampouco gêneros, porém sua incidência é mais comum entre as mulheres de qualquer idade, do que entre os homens. Para cada homem com depressão, duas mulheres sofrem com a doença. 

Causas da depressão:

A causa precisa da depressão ainda é desconhecida, mas diversos são os fatores que podem promovê-la, como os biológicosgenéticos e psicossociais e que podem interagir entre si.
Entendendo um pouco cada um deles:

  • Fatores biológicos
Alterações nos níveis de neurotransmissores (principalmente serotonina, acetilcolina, dopamina, epinefrina e norepinefrina). 
Mudanças de hormônios  (menopausa, puberdade, ciclo menstrual, gravidez, pós parto e perimenopausa). 
Atrofias em certas áreas do cérebro (particularmente no lobo pré-frontal) –  responsáveis pelo controle das emoções e produção de serotonina.
Algumas doenças, como: câncer, dores de cabeça, doenças do coração, diabetes, HIV/aids, Parkinson e Alzheimer, transtornos alimentares, transtornos de ansiedade, síndrome do pânico, transtorno obsessivo compulsivo, síndrome de estresse pós-traumático, adicção (vícios), problemas digestivos e intestinais entre outras.
  • Fatores Genéticos
Histórico familiar de depressão, pode levar à pessoa a ter pré-disposição genética em desenvolvê-la.
  • Fatores Psicossociais
Perdas (ente querido, pessoa amada, bens e emprego).
Problemas de relacionamento (ambiente de trabalho ou pessoal).
Problemas financeiros.
Mudanças de habitação.
Bulling ou chantagem emocional.
Culpa.
Medo.
Privações.
Dificuldades diversas na vida.

Sintomas da Depressão e diagnóstico

Nem sempre é fácil reconhecer um quadro depressivo, pois não é uma doença que aparece em exames laboratoriais ou de imagens.
A depressão é uma doença grave, como muitos sintomas, por vezes pode ser confundida com outras, portanto, é de fundamental importância entender a duração, a intensidade e os sintomas  para se chegar no reconhecimento de que se trata de uma patologia mental. O diagnóstico requer uma análise complexa.
A tristeza de uma pessoa depressiva se diferencia na sua duração e intensidade. Mais que as possíveis variações de humor nos desafios do dia a dia, a tristeza que é verificada na depressão é intensa, dura por muito mais de duas semanas, provocando dificuldades em realizar atividades comuns, ausência de prazer e alegria em situações que anteriormente causavam estas sensações.
Alguns sintomas:
Cognitivos
  • sentimentos de tristeza e pesar
  • mudanças do humor
  •  pessimismo
  • baixa autoestima
  • ideias frequentes e desproporcionais de culpa
  • dificuldades de concentração com raciocínio mais lento e esquecimento
  • falta de vivenciar novas expectativas
  • perda de prazer por atividades antes agradáveis
  • vazio intenso
  • irritabilidade
Fisiológicos
  • perda de energia e cansaço
  • insônia ou excesso de sono
  • perda ou aumento do apetite e de peso
  • redução do interesse ou prazer sexual
  • agitação motora, inquietude
  • Comportamentais
    • choro fácil
    • pensamentos recorrentes de morte ou de suicídio
    • isolamento social
    • comportamento autodestrutivo (automutilação)
    • retardo psicomotor e lenhificação generalizada

    Proposta de prevenção e tratamento à depressão

    Apesar de não existir fórmula mágica na prevenção e tratamento da depressão, existem hábitos e meios que podem diminuir as possibilidades de  desenvolver a doença, as recaídas e ou a diminuição dos sintomas.
    • Cuidar do corpo (exercícios regulares)
    • Dormir bem (sono reparador e na quantidade certa)
    • Definir dieta saudável (evite alimentos processados, com alto nível de açúcar, álcool além da dose recomendada por especialistas-140 ml de vinho tinto e drogas)
    • Acompanhar o estado de saúde de maneira geral
    • Auto conhecimento (conhecer limites, situações de vulnerabilidade, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças)
    • Cuidar da mente (afastar de pensamentos negativos e de culpas)
    • Equilibrar as rotinas diárias (não se ocupe de muitos afazeres)
    • Procurar mais contato com a natureza e tomar sol
    • Reconhecer os acertos e construir a autoconfiança
  • Trabalhar a autoestima
  • Aprender a trabalhar com as perdas (elas fazem parte de nosso dia a dia e devem ser superadas, apesar do sentimento negativo de revolta e não aceitação)
  • Estar com pessoas que proporcionam bem estar
  • Definir e planejar metas
  • Fazer uso de medicamentos
  • Fazer Psicoterapia
  • Psicoterapia comportamental no tratamento da depressão

    O modelo da psicoterapia comportamental tem como objetivo analisar e avaliar os estímulos que antecedem e sucedem (antecedentes e subsequentes) ao comportamento do paciente
    Esta análise e avaliação ajuda o psicoterapeuta a entender quais situações que antes causava prazer ao paciente e no momento do padecimento, ele não consegue ter acessibilidade a estes reforços, como também traçar uma estratégia e propor um  treinamento de habilidades na modificação de comportamento.
    O objetivo desta metodologia para a pessoa com depressão é promover o restabelecimento de antigas fontes de reforços positivo disponíveis ao redor dela, como também a inserção de novas possibilidades em potencial, auxiliando o paciente a se comportar de maneira mais funcional.
O objetivo desta metodologia para a pessoa com depressão é promover o restabelecimento de antigas fontes de reforços positivo disponíveis ao redor dela, como também a inserção de novas possibilidades em potencial, auxiliando o paciente a se comportar de maneira mais funcional.
A psicoterapia comportamental vêm apresentando resultados eficientes na modificação do comportamento de pessoas com depressão. Resultados como redução dos sintomas, aumento no repertório social, alteração na quantidade e qualidade das atividades, como ainda nas interações sociais.
Além da psicoterapia comportamental como uma modalidade eficaz no tratamento da depressão, não se pode excluir a necessidade de um tratamento combinado com antedepressivos, quando necessário. O tratamento medicamentoso não é oposto a aplicabilidade da psicoterapia, podem ser complementares.

Fonte: Google

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