quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

           Bullying virtual: O crime virtual do século



Era uma vez o bullying, um problema que surgiu na época da escola. Não é mais o caso. Agora é a vez do "bullying virtual", um problema crescente em muitas escolas. Em sua pior forma, o bullying virtual pode até virar crime virtual.

O que é bullying virtual?



O bullying virtual, ou cyberbullying, acontece quando uma criança ou adolescente usa um dispositivo tecnológico para ameaçar, humilhar ou fazer algo que, de alguma forma, assedie um colega. Pode ocorrer por laptop, smartphone ou tablet e aparecer em plataformas como mensagens de texto, e-mails, mídia social, fóruns on-line e salas de bate-papo. Com uma conexão com a Internet e um dispositivo habilitado, as agressões virtuais podem atingir vítimas a qualquer hora e praticamente em qualquer lugar. Como o ato não exige interações pessoais, como o bullying físico, fica difícil identificar os agressores a tempo.

Exemplos de bullying virtual  


O bullying virtual assume formas muito cruéis. Um agressor pode enviar mensagens por texto ou e-mail com a intenção de humilhar ou ameaçar a vítima. Em casos mais mal-intencionados, ele pode invadir contas de e-mails ou redes sociais, seja para roubar a identidade da vítima ou publicar posts difamatórios, em seu nome, só para constrangê-la. Alguns agressores chegam ainda mais longe e criam um site só para humilhar a vítima escolhida.
As tendências no bullying virtual variam entre os sexos. Por exemplo, homens costumam ameaçar outros fisicamente, mas eles costumam atacar as mulheres com assédio sexual por mensagem de texto. Por outro lado, as mulheres tendem a expor segredos ou espalhar mentiras e boatos sobre outras mulheres, até para se vingarem de algo. Algumas agem como "garotas maldosas", fazendo comentários arrasadores nos sites de redes sociais, depois excluindo as colegas do mundo on-line.

A repercussão do cyberbullying


Para as vítimas, os efeitos do bullying, seja ele como for, variam desde um coração partido até raiva e comportamento suicida. É comum que quem sofre dessas barbaridades desenvolva baixa autoestima, ansiedade e outros problemas capazes de comprometer a saúde mental e emocional do outro. O cyberbullying pode ter um impacto maior ainda sobre suas vítimas em razão dos canais em que o assédio pode acontecer. Por exemplo, informações sigilosas compartilhadas por e-mail podem ser enviadas a diversos colegas de classe, enquanto fotos constrangedoras podem chegar até milhares de pessoas pelas redes sociais.

Do bullying virtual ao crime virtual


Embora estejam sendo criadas regulamentações legais no mundo acelerado das redes sociais on-line, o cyberbullying pode se transformar em crime virtual. Em 2011, duas garotas, de 11 e 12 anos, foram indiciadas por perseguição virtual e violação de computador em primeira instância pelos crimes que supostamente cometeram contra outra garota de 12 anos, identificada como ex-amiga. A dupla foi acusada de postar fotos sexualmente explícitas e mensagens no perfil do Facebook da vítima depois de conseguirem descobrir a senha. Pelos crimes declarados, as rés ficaram 30 dias presas no centro de detenção para menores de idade. Esse caso é só um exemplo de como o cyberbullying pode se transformar em crime virtual que viola as leis existentes. Ao mesmo tempo, ele enfatiza a importância cada vez maior da segurança na Internet para as crianças.

Como falar mais alto do que os agressores virtuais


A melhor defesa contra o bullying virtual é a prevenção. Os pais podem assumir um papel ativo no processo monitorando as atividades digitais dos seus filhos. Além de saber com quem eles se comunicam por telefone ou mensagens, você pode usar um software de segurança de Internet para bloquear o acesso a conteúdos on-line impróprios. O mais importante é conversar com seus filhos sobre o bullying virtual. Deixe-os à vontade para recorrer a você, a um professor, psicólogo ou alguém em quem eles confiem. Quanto antes eles falarem, mais cedo um ponto final será colocado nesse ato de maldade.

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