Por Ana Carolina Prado
Você compartilha suas fotos e suas opiniões com amigos e conhecidos no Facebook,
consegue se aproximar mais de pessoas com quem não tem muito contato na
vida real e fala só sobre os seus melhores atributos. Em compensação,
recebe dezenas de likes e comentários de incentivo. Pensando assim,
seria lógico dizer que esta troca ajuda pessoas com problemas de autoestima.
Ok, talvez o fato de o Facebook não ter um botão de “não curtir” ajude.
Mas isso realmente funciona para melhorar a autoavaliação de muita
gente. Um estudo
da Universidade de Cornell (EUA) feito com 63 estudantes no começo do
ano passado descobriu que os que passaram três minutos checando seu
perfil revelaram maior autoestima do que quem não acessou a rede social.
Mas nem tudo são flores. Agora, pesquisadores da Universidade de
Waterloo (Canadá), publicaram um estudo sugerindo que esse efeito
positivo não ocorre com as pessoas que têm autoimagem negativa. Na
verdade, a rede social pode até piorar as coisas.
O problema é que, ao se sentirem mais confortáveis em compartilhar
sentimentos e ideias online, essas pessoas podem errar um pouco a dose e
inundar os amigos com comentários negativos e pessimistas sobre sua
própria vida. Isso, no fim, acaba fazendo com que eles se tornem
irritantes e os outros se afastem.
Para o estudo, os pesquisadores perguntaram a voluntários como eles
se sentiam em relação ao Facebook. Pessoas com baixa autoestima tendiam a
acreditar que ele fornecia a oportunidade de se conectar com outras
pessoas e viam a rede social como um lugar seguro que reduzia o
desconforto de algumas situações sociais. Depois, seus últimos 10 posts
foram analisados e classificados em relação a quão positivos ou
negativos eram. Em seguida, cada conjunto de posts foi analisado por um
outro voluntário, que teve de classificar o quanto gostaram da pessoa
que os escreveu.
Quem tinha baixa autoestima postou comentários mais negativos (como
“tou super chateado porque roubaram meu celular :@”) e receberam
avaliações mais negativas. Você pode pensar: “mas os avaliadores eram
desconhecidos, por isso foram insensíveis!”. É verdade, mas isso não é
muito diferente muito do que vamos encontrar no Facebook. Outro estudo
conduzido anteriormente pela mesma equipe já havia revelado que quase metade dos nossos amigos na rede social são na verdade estranhos ou meros conhecidos.
Para os pesquisadores, sentir-se seguro ao fazer revelações pessoais
no Facebook pode não ser bom para essas pessoas. Segundo eles, quando
você está falando com um conhecido pessoalmente fica mais fácil perceber
o que o aborrece. No Facebook, por outro lado, você não vê a maioria
das reações – em especial as negativas, que a maioria das pessoas parece
guardar para si. Portanto, tome cuidado ao ficar xingando muito nas
redes sociais. Você pode estar sendo um mala sem perceber.
Via MedicalXPress
Imagem: Flickr de ercwttmn
Fonte: http://super.abril.com.br
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