Pedófilos agem rápido para aliciar crianças
Poucos minutos bastam para quem entra em salas de bate-papo receber uma proposta sexualAline Peres
Texto
publicado na edição impressa de 12 de março de 2010
ONG analisa segurança virtual
O
coordenador da Child Protection Partnership (CPP) no Brasil,
Luiz Rossi, diz que a metodologia usada para identificar a segurança
virtual da criança e do adolescente consiste em dividir o projeto em
quatro partes: mapeamento, engajamento, planejamento e criação de
projetos.
Segurança
Medidas
simples já reduzem os riscos de crianças e adolescentes serem
aliciados por pedófilos.
Para
os pais
Deixe
o computador num cômodo público da casa, como sala de estar ou
escritório. Isso inibe ações inadequadas e facilita o
acompanhamento.
Sente-se
com seu filho em frente do computador e peça que ele mostre quais os
sites que visita, seus amigos do MSN, seu blog. Diga que é
importante avisar quando ele for se conectar.
Limite
o tempo de uso da web. Uma a duas horas por dia, em período letivo,
é mais do que suficiente.
Para
os filhos
Nunca
use seu nome verdadeiro em jogos, em salas de bate-papo, e-mail ou
site de relacionamento.
Não
dê seu endereço, telefone, nome da escola ou de parentes.
Se
acontecer algo estranho, chame um adulto de confiança para
denunciar.
Fonte:
Proerd-PR/SaferNet Brasil
Ofertas de R$ 200 e filmagem em menos de uma hora
Em
40 minutos, a simples entrada em uma sala de bate-papo de um dos
maiores provedores do país rendeu 28 contatos. Se fossem simples
conversas entre adolescentes – a sala escolhida era dirigida a
jovens de 15 a 20 anos, no Paraná –, não haveria problemas. Mas
em menos de sete minutos eu já estava convidada a sair para fazer um
programa sexual.
Sete
minutos é o tempo necessário para que uma criança ou adolescente
se depare com a primeira frase – de uma sequência – que pretende
invadir sua intimidade e até mesmo chocar, quando se entra em uma
sala de bate-papo virtual. A reportagem fez o teste e constatou que,
além das ingênuas solicitações de envio de MSN e endereços de
site de relacionamentos, a conversa pode esquentar até chegar ao
oferecimento de dinheiro para a realização de programas sexuais.
No
Paraná, casos que envolvam pedofilia e pornografia infantil são
investigados pelo Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber). Para
o delegado Demetrius Gonzaga de Oliveira, o número de casos
desse tipo representa pouco menos de 10% de todas as denúncias
recebidas (que incluem, por exemplo, golpes financeiros ou
preconceito). Ele acredita que ainda há muito medo de denunciar por
parte dos pais. Mensalmente, dois ou três responsáveis
chegam à delegacia em busca de informações, mas poucos dão
queixa.
A
entidade não governamental SaferNet Brasil, em parceria com o
Ministério Público Federal, criou em 2006 a Central Nacional de
Denúncias de Crimes Cibernéticos. Ela recebe, em média, 2,5 mil
denúncias por dia. Nos dois primeiros meses do ano, já foram 7.802
ligações somente sobre pornografia infantil na rede. Os sites de
relacionamento são os principais apontados.
Atualmente,
o Nuciber tem 13 casos de pedofilia na internet em investigação,
além de 12 outros encaminhados para a Polícia Federal. “De cada
10 casos recebidos, 7 são de competência federal”, lembra. Muitas
imagens são feitas no Paraná, mas repassadas para sites
pornográficos do exterior, especialmente nos Estados Unidos, na
República Tcheca e na Rússia.
Programas
de informática que monitoram as atividades das crianças na rede
podem ser uma saída, lembra o delegado, mas devem ser acompanhados
por um diálogo dentro da família. De outra forma, o filho pode
acabar se voltando contra os pais e buscando o acesso à internet em
lan houses. “O olho no olho com o filho pode ser muito benéfico
para não perder o controle”, aconselha Oliveira. Não existe uma
legislação que faça a fiscalização dos provedores, lembra o
delegado – é preciso acionar o departamento jurídico de casa
empresa.
Assédio
feminino
A
constatação desse perigoso quadro vai além. Um estudo realizado
pelo especialista em segurança da informação Wanderson Castilho
revelou que as meninas têm dez vezes mais chance de serem assediadas
do que os meninos, por estarem mais em contato com sites de
relacionamento, onde há troca de perfis e imagens, e salas de
bate-papo. Em um teste realizado por ele, a menina recebeu a primeira
proposta já no primeiro minuto, enquanto o menino esperou dez
minutos. “Por desconhecer quem está do outro lado, a criança e o
adolescente ficam vulneráveis às práticas de pedofilia e incentivo
à prostituição infantil”, avisa Castilho. Ele explica que
pedidos de conexão a webcams e a exibição de partes íntimas do
interlocutor são comuns.
Procurando
saber quais são os riscos que o jovem vem correndo na internet, a
ONG internacional Child Protection Partnership (CPP, ou Parceria para
a Proteção da Criança e Adolescente), em conjunto com outras
entidades, resolveu lançar um questionário on-line através da Rede
Social Nética (leia mais nesta página) perguntando ao público
infanto-juvenil – de 11 a 18 anos – se os adolescentes se sentem
seguros on-line. O objetivo é perceber, por meio de 1,5 mil
questionários respondidos, qual a perspectiva do adolescente
brasileiro sobre a tecnologia de informação e comunicação (TIC)
em suas vidas e qual é a dimensão do seu conhecimento quanto aos
perigos e proteções existentes. O resultado da pesquisa deverá ser
divulgado em abril.
No
Brasil, o número de lan houses oficialmente reconhecidas é muito
pequeno. Segundo o coordenador da CPP, Luiz Rossi, 93% dos
estabelecimentos vivem na clandestinidade. Para Rossi, esses espaços
dão a acessibilidade que falta a quem não tem opção de acessar a
rede em casa, mas é preciso ter cuidados. Muitos pais acreditam que,
se os filhos estão na lan house, estão a salvo da criminalidade,
mas podem estar enganados. “Os acessos em alguns espaços
da internet podem vislumbrar um mundo que o adolescente não está
preparado para enfrentar.
Fonte:
Gazeta do Povo.
Atendimento psicológico na Clínica Gênesis em Cabo Frio.
Telefone para marcar consulta: 22 2643-6366
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