Disfunção hormonal: uma vilã que ataca em silêncio |
Quilinhos
a mais, suor excessivo ou cabelo sem vida. Antes de procurar qualquer
alternativa estética, fique de olho, você pode ser vítima dela
Por Isabelle Lindote
Fonte: Revista Uma / Edição 102
Várias pesquisas científicas alertam as mulheres para um dado
alarmante: estima- se que hoje uma a cada 15 mulheres desenvolve algum
tipo de disfunção hormonal em seu organismo. E o mais chocante é que a
maioria delas nem sabe que essas doenças existem.
Cabelos opacos, pele ressecada, perda ou ganho de peso sem motivo
aparente, menstruações desreguladas, tudo isso pode ser sintoma de um
possível descontrole hormonal. Essas alterações podem ser desencadeadas
por diversos motivos, mas sempre ligados a um fator determinante: a
genética.
Segundo o endocrinologista Régis Salgado, conhecido
por ser o médico de famosas como Luciana Gimenez, Iris Stefanelli e
Sonia Abrão, “O descontrole hormonal pode acontecer em qualquer faixa
etária e classe social. A grande explicação para o aparecimento do
problema é a hereditariedade”, explica.
Há ainda sintomas mais difíceis de lidar, como depressão,
irritabilidade, sensibilidade ao frio e baixa libido. Apesar de não
refletirem diretamente na estética, afetam as relações pessoais e o
rendimento no trabalho.
De acordo com um estudo realizado pelo Projeto Sexualidade (ProSex)
do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP, 22% das mulheres de todas as idades tem problemas com
relação ao desejo sexual. Na faixa de mais de 50 anos o índice salta
para 40%. “Quando essa falta de desejo ultrapassa os seis meses,
torna-se importante investigar a causa e procurar tratamento, já que
pode indicar uma disfunção da tireoide”, indica a psicóloga Carmita
Abdo, coordenadora do projeto.
Como cada organismo reage de uma forma, muitas vezes a mulher procura
dezenas de médicos antes de encontrar um diagnóstico preciso. Isso
porque muitos profissionais acabam se baseando apenas nos resultados
laboratoriais, sem avaliar a fundo as reações visíveis do corpo, por
exemplo.
“É preciso avaliar cada caso. Se uma paciente está
com os exames normais, mas relata alterações físicas e psicológicas
compatíveis com uma disfunção hormonal, sem dúvida vou levar em
consideração essa avaliação para tratar a doença”, conta Dr. Régis
Salgado, especialista em metabolismo e emagrecimento.
“É comum as pacientes chegarem ao consultório tomando medicamentos
para depressão, tristeza e cansaço, o que mascara os sintomas da
disfunção hormonal. O melhor conselho é buscar sempre um diagnóstico
preciso de quem procura entender o corpo como um todo e não por partes”.
Causas e consequências
Ainda não é possível evitar que o corpo entre em desordem hormonal,
mas alguns hábitos podem ajudar a potencializar os sintomas. “Fumo,
consumo de bebidas alcoolicas e uso de pílula anticoncepcional não são,
na prática, causas de desequilíbrios hormonais, mas influenciam de
maneira negativa a doença”, explica Régis Salgado.
No entanto, o vilão da vida moderna tem uma posição de destaque como
agente desencadeador das disfunções: o estresse. “O cortisol que
circula no organismo da pessoa estressada é um hormônio produzido pelas
suprarrenais e afeta o sistema imunológico, além de aumentar a pressão
arterial e a glicose no sangue. Se o corpo fica mais propenso a
doenças, também se torna mais frágil aos problemas hormonais”.
Quanto ao tratamento, o médico revela: “Infelizmente, a medicina
ainda não está tão evoluída a ponto de conseguir estimular uma glândula a
produzir hormônio. Logo, problemas como o hipotireoidismo são tratados
com reposição hormonal, o que faz com que seja preciso encontrar uma
dose adequada individualmente”.
A gravidez também pode provocar um descontrole hormonal. De acordo
com o ginecologista e obstetra Linderman Alves Vieira, chefe da
Maternidade Carmela Dutra (RJ), no caso da gestação, o ciclo menstrual é
suspenso por muito tempo e o corpo é exposto a outros hormônios além
da progesterona e do estrógeno, como a prolactina, responsável pela
produção de leite.
Todas as mudanças podem causar uma confusão
no organismo, que ao tentar retomar o ciclo natural da mulher, pode
acabar desregulado. No caso da Síndrome do Ovário Policístico, somente
depois de dois anos da primeira menstruação é que seu diagnóstico pode
ser feito.
Um agravante ao tratamento da doença é a grande porcentagem de
pacientes que apresentam resistência à insulina, podendo até levar à diabetes. Pensando nisso, a obesidade tem lugar de destaque como agente
agravante da doença: pessoas obesas têm o risco de se tornarem
diabéticas em até 90% dos casos.
Diagnóstico Preciso
Se você tiver algum tipo de dúvida de que seus hormônios estão em
ordem, consulte imediatamente um endocrinologista. Ele vai te pedir um
exame de sangue chamado TSH e T4, para avaliar se suas taxas hormonais
estão mesmo de acordo. Caso a dúvida seja a respeito da Síndrome dos
Ovários Policísticos, o mais indicado é procurar um ginecologista.
Para detectar a doença e saber se há modificações estruturais nos
ovários, é necessário fazer exames de imagens, como a ultrassonografia.
Hoje em dia, os diagnósticos mais precisos são feitos com aparelhos
mais modernos, como o ultrassom Doppler colorido. O exame é muito
preciso, pois consegue visualizar a circulação do sangue nos ovários
dando clareza ao diagnóstico.
Agora, se você foi diagnosticada com algum tipo de disfunção
hormonal, não se desespere. O mais indicado é seguir com o tratamento
específico para o seu caso, e assim voltar a ter uma vida normal.
Ninguém precisa se sentir condenada por tomar uma medicação pelo resto
da vida, afinal, o que importa é a qualidade de vida restabelecida pelo
medicamento.
Nutrição funcional: uma forma natural de amenizar os sintomas
A melhor maneira para controlar os sintomas de qualquer doença é ter
uma alimentação balanceada e feita de acordo com as necessidades do
organismo da paciente.
“O tratamento nutricional funcional auxilia na prevenção de
patologias associadas à síndrome dos ovários policísticos e ajuda a
restabelecer o equilíbrio bioquímico do organismo da mulher, sempre
levando em consideração a individualidade de cada uma”, explica a
nutricionista clínica funcional Daniela Jobst.
“Uma dieta com baixa ingestão de gorduras saturadas, rica em fibras e em alimentos antioxidantes e com baixo índice glicêmico, é uma ótima escolha para as pacientes. Esse tipo de alimentação, em curto prazo, reduz os sintomas, e em longo prazo, diminui as chances de a mulher ter as doenças ligadas à sensibilidade a insulina”, afirma Daniela.
No caso de quem possui problemas de tireoide, é recomendável fazer
uma suplementação com as chamadas “gorduras do bem”, contidas em
alimentos como salmão, atum, sardinha e castanhas, que contêm ômega 3 e
6.
Conheça os distúrbios hormonais mais comuns
Tireóide
A disfunção na tireoide, uma glândula em forma de borboleta que fica
na base do pescoço, é muito comum nas mulheres. Acredita-se que pelo
menos 20% da população feminina sofra com o mau funcionamento da
glândula responsável pela produção dos hormônios que regulam o
organismo.
Existem vários tipos de alterações da tireoide, os mais frequentes são o hipotireoidismo e o hipertireoidismo.
Hipotireoidismo: problema mais comum ligado à tireoide. Caracteriza-se pela diminuição ou falta de produção do hormônio T4.
Sintomas: ganho de peso, cansaço, alteração do ciclo menstrual, pele
oleosa, sensibilidade ao frio, queda e quebra de cabelo, sonolência,
depressão e fragilidade das unhas.
Tratamento: reposição hormonal com controle pelo resto da vida.
Hipertireoidismo: é menos comum e mais grave, pois
pode levar a problemas cardíacos e até a morte. Caracteriza-se pela
superprodução dos hormônios T3 e T4.
Sintomas: emagrecimento rápido
e sem motivo, exoftalmia (“olhar assustado”), taquicardia,
irritabilidade, hiperatividade alterações no humor e pele ressecada.
Tratamento: injeção de um neurotransmissor para bloquear o funcionamento exagerado da tireóide.
Ovários
Síndrome dos Ovários Policísticos: trata-se de uma
desordem complexa e multigênica que afeta a regulação e a produção dos
hormônios sexuais femininos. Pode causar infertilidade e aumenta o
risco de diabetes, síndrome metabólica, doenças vasculares, câncer do
endométrio e obesidade.
Acredita-se que cerca de 15% da população feminina seja afetada pela
doença, que costuma se manifestar na adolescência. Sintomas:
menstruação irregular, pele oleosa e acneica, queda de cabelo e
crescimento de pelos no rosto, no peito e no abdômen.
Tratamento: reposição hormonal por meio de pílula anticoncepcional é o
método mais comum, mas o anel vaginal e a injeção hormonal também podem
ser indicados em alguns casos.
A operação é recomendada como a última opção, somente em casos urgentes, quando após ou durante o tratamento não há evolução.
Fonte: http://anunes.e-familyblog.com
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domingo, 26 de fevereiro de 2012
Disfunção hormonal: uma vilã que ataca em silêncio
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