terça-feira, 20 de março de 2012

A Marcha das Vadias

Aos curiosos e, até mesmo, chocados com essa manifetação, vamos ao esclarecimento de tal evento.
A idéia da marcha surgiu em 03 de abril de 2011, no Canadá e desde então tornou-se um movimento internacional realizado por diversas pessoas em todo o mundo. A Marcha das Vadias protesta contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro  pediram isso devido as suas vestimentas. As mulheres durante a marcha usam roupas provocantes: como blusinhas transparentes, lingerie, saias, salto alto ou apenas o sutiã.
Bem, hoje, aqui no Brasil, acabamos de ter a Marcha das Vadias em Natal , RN. Impressiona a rapidez com que a idéia do movimento tomou forma. É certo dizer que mulheres vítimas de abusos sexuais e estupros não faltam, e que feministas para defender a causa também não, mas daí partir para as ruas...bem, cala a boca dos que dizem que brasileiro(a) é acomodado(a).
Esse grito de basta, atravessado na garganta há tantos séculos, agora aparece ilustrado em passeata, com direito a corpos pintados, roupas pequenas e "desaforadas", perucas e maquiagem chamativas, que me lembram o inesquecível fime "Priscila, Rainha do Deserto" que como tal, mostra as agruras da vida de travestis, difilculdades em ser aceito na sociedade, sensibidade e esperança de dias melhores.
A intenção da exposição corporal é para "chamar atenção mesmo", mas não no intuito pejorativo, como muitos pensam e outros tantos acreditam, que mulher "é tudo vagabunda, puta mesmo". Calma aí, gritar por direitos legais, por espaço na sociedade, para defender-se moralmente e defender seu corpo, nada tem haver com vulgaridade. Pense bem, será que prestariam atenção numa marcha de mulheres vestidas à la donas de casa, vendedoras, atendentes, psicólogas(me coloco aqui de roupinha formal), ou outras tantas profissões? Claro que não. Por isso a manisfestação é um estardalhaço colorido, sensual, sexual, com cartazes e frases bombásticas. É um grito, não uma caminhada.
Infelizmente, tudo acontece porque o machismo(o sufixo "ismo" já denota um desvio de comportamento) não arrefeceu com o passar dos séculos e consequentemente, atitudes revoltantemente são repetidas. Usam as roupas de uma mulher como desculpa para seus atos libidinosos, traumáticos e até mortais, na alegação mais atroz de todas: "Com aquele shortinho ela tava pedindo..." Selva, parafraseando os isolados do reality show. Não, senhores machistas e senhoras também. Não estamos na selva e sim numa s-o-c-i-e-d-a-d-e, portanto, devemos nos comportar como indivídios sociais, com regras, obrigações, direitos legais e respeito ao outro. Suas opiniões não mudam as leis, nem tampouco tiram direitos. Seus pensamentos e atitudes sexuais vorazes não fazem da mulher sua "vítima". Vítima ela se transforma quando alguém, tão incapaz de conquistar e se envolver, literalmente, bota a mão e arrasta para a caverna da dor e do ultraje.
Com muita sinpatia e esperança, esperemos que essa marcha se alatre por todo o nosso Brasil, até quando...até que os machistas desapareçam da face do país inteiro e do mundo, enfim.
A mulher não nasceu para o  homem, como o inverso também é verdadeiro. Cada um nasceu para si, é de si e vive muito bem sem o outro, sem que com isso não possam unir-se em respeito e sentimentos construtivos.



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