quarta-feira, 2 de maio de 2012

A "Síndrome do Holofote"



Por  Terezinha Barreiro

Dentre tantos problemas que surgiram com a civilização, hoje observamos um fenômeno que já está prá lá de categorizado: a síndrome do holofote, ou melhor dizendo, a necessidade incontrolável em ser o centro das atenções, de “roubar a cena”, de querer ser o “umbigo” do mundo.

Essas pessoas vivem em constante desafio com os que o cercam e ,às vezes, até com uma nação inteira.

Trata-se daquele “arroz de festa” que, como o termo mesmo se refere, está em todos os lugares, em todas as situações, desde casamentos até inauguração de botequins. Algo muito forte o impele compulsivamente a tentar sempre, sob qualquer preço ou medida, ser o centro das conversas, empurrando, às vezes de forma literal, pessoas que estão ao seu lado, tudo com o propósito de sair em todas as fotos, matérias, jornais e notícias, ou mesmo na internet e em redes sociais. Conseguimos detectar esse comportamento desde artistas até o mais vil dos anônimos.

Para essas pessoas, qualquer oportunidade será uma chance que não pode ser perdida. Esquecem, estes, que sentimentos negativos são gerados em quem os cercam, tornando-se assim pessoas inconvenientes, chatas e sem medidas,  porque a “necessidade de aparecer” também tem sua contramão, como tudo na vida, e neste caso, ela vem com o repúdio, o desgaste da imagem, a intolerância e o valor negativo impresso e associado a sua foto ou presença.

O maior cuidado que temos que ter diante desse quadro sombrio de distúrbio de personalidade é justamente quando as luzes se apagam e estes são obrigados a viver como simples mortais ou até anônimos. São sempre imprevisíveis as reações, mas em geral, a agressividade, em todas as suas formas, será seu principal sintoma de abstinência. Cabe a cada um de nós, observadores dessa sintomatologia, lembrar que as luzes da ribalta sempre se apagam no final do espetáculo e que aqueles que não se dão conta disso, acabam queimados como as mariposas iludidas com uma luz que nunca foi sua.


Atendimento psicológico na Clínica Gênesis em Cabo Frio.

Telefone para marcar consulta: 22 2643-6366

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