terça-feira, 15 de maio de 2012

A Hora do “Sr. Wilson”



Por  Terezinha Barreiro




Tenho observado, com  frequência, como as pessoas que aguardam ansiosamente por um feriado são criticadas por aqueles que os chamam de dia santificado, pois referem-se ao santo homenageado do dia em questão.

 O que essas pessoas esquecem é que o tal dia santificado não deixa de ser um feriado, uma paralisação, seja municipal, estadual ou nacional. É uma folga para os que creem ou não.
Os feriados, especialmente nos dias de hoje, trazem uma mensagem implícita de “parada merecida” para aqueles que suam e lutam pelo pão de cada dia. 

Com fé ou sem fé, espera-se de um feriado paz e diversão e não há condenação para isso. Há sim, uma condenação por parte dos agnósticos, ateus e seguidores de outras religiões quanto à cobrança imposta a estes de louvor e oração. 

A liberdade religiosa e ateísta cresce a cada dia numa proporção espetacular. Pessoas diferem cada vez mais uma das outras, num desvendar de universos cada vez mais profundos e misteriosos.

 A conceituação do laicismo finalmente é exercida sem medo da família, amigos e vizinhos. Nunca tive a chance de conhecer e conviver com tanta diversidade de fé e a falta desta e posso dizer que agrada profundamente os ouvidos e a cabeça poder ver e ouvir ideias e comportamentos tão diferentes dos que a maioria de nós se habituou.

Vivemos uma Era contrária ao que era esperado como Era de Aquário, onde a humanidade se voltaria mais para a espiritualidade e a fé.

 Não sei como nem quando, mas a surpresa sempre vem do imprevisto e esse, em questão, fez ruir montanhas e detonar vulcões. Pegou pessoas desprevenidas e torceu o nariz da grande maioria, mas a evolução do ser humano em suas ideias e sentimentos está fazendo a grande revolução mundial. 

Hoje separa-se o que é bom ou ruim de acordo com o bem estar de cada um. Pensa-se no individual e não mais no coletivo, na massa. 

Crê-se mais em si do que nos outros, santificados ou divinais, num impacto brilhante sobre o passado e criando uma expectativa enorme para o futuro.

Sem culpa, sem credo, sem medo, pessoas vivem a liberdade do certo e errado, cumprindo seu papel social, mas deixando decisões finais de vida para quando esta acabar. 

Comemoram dias santificados com churrasco e cerveja, desejando apenas que sua fé nos amigos seja perpetuada e sua santa família sempre viva em paz.

A confiança numa bola denominada de “Sr. Wilson” é tão importante hoje simplesmente pelo fato de ser “real”, e admitamos:  crer no real nos faz sentir mais confortáveis e menos sozinhos.


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