quarta-feira, 3 de maio de 2017

  Vamos parar de banalizar o Transtorno Bipolar.                            Ele é sério e pode ser perigoso.
Por Terezinha Barreiro

O transtorno do humor é uma doença que se caracteriza pela alternância de humor: ora ocorrem episódios de euforia (mania), ora de depressão, com períodos intercalados de normalidade. Com o passar dos anos os episódios repetem-se com intervalos menores, havendo variações e existindo até casos em que a pessoa tem apenas um episódio de mania ou depressão durante a vida. Apesar de o Transtorno Bipolar do Humor nem sempre ser facilmente identificado, existem evidências de que fatores genéticos possam influenciar o aparecimento da doença.

Muitas vezes o paciente não percebe que tem esta enfermidade, e é necessário que familiares e amigos estejam bem informados, e saibam reconhecer alguns dos seus sintomas para poderem encaminhá-lo a um tratamento adequado A pessoa com Transtorno Bipolar do Humor pode apresentar grandes oscilações no seu estado de humor, atrapalhando muito o andamento de sua vida no trabalho, nas relações afetivas e familiares. Também pode ser chamado de transtorno afetivo bipolar ou doença maníaco-depressiva. Pode levar a morte por suicídio.



Tipos de transtorno bipolar:

  • Transtorno bipolar tipo 1: pacientes apresentam pelo menos um episódio maníaco e períodos de depressão profunda. Antigamente, o transtorno bipolar do tipo 1 era chamado de depressão maníaca
  • Transtorno bipolar tipo 2: pacientes nunca apresentaram episódios maníacos completos. Em vez disso, elas apresentam períodos de níveis elevados de energia e impulsividade que não são tão intensos como os da mania (chamado de hipomania). Esses episódios se alternam com episódios de depressão
  • Uma forma leve de transtorno bipolar chamada ciclotimia envolve oscilações de humor menos graves. Pessoas com essa forma alternam entre hipomania e depressão leve. As pessoas com transtorno bipolar do tipo II ou ciclotimia podem ser diagnosticadas incorretamente como tendo apenas depressão. Deve ser levado a sério por amigos e parentes, apesar de que, em alguns casos, fica difícil perceber-se se trata-se de uma pessoa mal humorada ou Bipolar. De qualquer forma, opte sempre pela ida ao psiquiatra. Essa doença é real e pode matar.
Causas:

A causa propriamente dita é desconhecida, mas há diversos fatores que influenciam ou que precipitem seu surgimento 


Em aproximadamente 80 a 90% dos casos os pacientes apresentam algum parente na família com transtorno bipolar.



  • Peculiaridades biológicas: pessoas com transtorno bipolar parecem apresentar diferenças físicas em seus cérebros, o que pode levar os cientistas a descobrirem as causas exatas da doença
  • Neurotransmissores: um desequilíbrio entre os neurotransmissores parece ser um importante fator nas causas do transtorno bipolar
  • Hormônios: desequilíbrio hormonal também está entre as possíveis causas
  • Meio ambiente: fatores exógenos, como estresse, abuso sexual e outras experiências traumáticas (como a morte de algum ente querido), também podem estar relacionadas ao desenvolvimento do transtorno bipolar.
Tratamento:

O aparecimento do transtorno bipolar se deve a uma combinação de fatores, em que aspectos biopsicossociais desempenham papel importante no desencadeamento da doença. Assim sendo, tratamentos medicamentosos, orientação sobre a doença e psicológicos estão indicados. O segredo está no encontro da combinação ideal para cada paciente.Se o remédio não for tomado, de nada adianta receitá-lo. Para aumentar o sucesso do tratamento é preciso esclarecer o paciente e familiares sobre os sintomas da doença, suas causas, como ela pode seguir durante a vida da pessoa, quais os riscos, que atitudes tomar durante a depressão e na mania, como se preparar para as recorrências e assim por diante. Alguns aspectos são fundamentais. Em primeiro lugar, estará sendo tratado o diagnóstico de transtorno bipolar, não apenas sintomas depressivos ou eufóricos. Levando em consideração que a doença é para a vida toda, podendo hibernar por meses ou anos, o tratamento deve ser planejado para atender as necessidades a curto, médio e longo prazos. 

Outra questão a ser aprendida é como lidar com uma nova crise. Cuidar da decepção, da frustração, da desesperança e além disso prevenir conseqüências prejudiciais são fundamentais na recuperação.

Medicação:    


Há uma série de medicamentos que são utilizados hoje em dia para o tratamento do transtorno, incluindo, estabilizadores de humor e neurolépticos.
O Lítio continua sendo uma das drogas mais eficazes na terapêutica do transtorno, sobretudo, na mania e na profilaxia desta.
Dentre os estabilizadores de humor disponíveis atualmente, temos: o valproato e o divalproato de sódio; a carbamazepina; a oxcarbazepina; o topiramato, a gabapentina e a lamotrigina – todos também com ações anti-convulsivantes.Nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma temporária os antipsicóticos. Quando há sintomas psicóticos é quase obrigatório o uso de antipsicóticos. Nas depressões resistentes pode-se usar com muita cautela antidepressivos. Há pesquisadores que condenam o uso de antidepressivo para qualquer circunstância nos pacientes bipolares em fase depressiva, por causa do risco da chamada "virada maníaca", que consiste na passagem da depressão diretamente para a exaltação num curto espaço de tempo.


O tratamento com lítio ou algum anticonvulsivante deve ser definitivo, ou seja, está recomendado o uso permanente dessas medicações mesmo quando o paciente está completamente saudável, mesmo depois de anos sem ter problemas. Esta indicação se baseia no fato de que tanto o lítio como os anticonvulsivantes podem prevenir uma fase maníaca poupando assim o paciente de maiores problemas. Infelizmente o uso contínuo não garante ao paciente que ele não terá recaídas, apenas diminui as chances disso acontecer. 



Atendimento psicológico na Clínica Gênesis em Cabo Frio.

Telefone para marcar consulta: 22 2643-6366


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